A mais pequenina

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Princesa

domingo, 31 de outubro de 2010

Os truques da nossa miséria


Eis, em minha opinião, os mais recentes truques da nossa democracia e da nossa miséria:



1º Truque - PS

O governo do partido socialista há muito que sabe que o défice está em derrapagem perigosíssima e, por isso, há muito que sabe que são necessárias medidas drásticas para o combater. Há muito que sabe que todos estamos a viver acima das nossas possibilidades. Faria, pois, todo o sentido, que as medidas agora anunciadas para o Orçamento de 2011, o tivessem sido para o ano em curso. Mas não o fizeram.

Porquê?

Porque sabiam que ao apresentarem um documento dessa natureza no parlamento, o mais incompetente e inconsequente do pós-25 de Abril, cairia redondo às mãos de um PSD faminto de poder. Não direi faminto a qualquer preço, mas faminto… são já muitos anos sem o sentir! E também sabia que, empurrando a solução do problema para esta fase do seu campeonato governativo (porque estamos de facto a viver um miserável jogo político), a queda seria impensável e encurralaria o PSD a uma forçada aprovação do orçamento. E foi isso que aconteceu…

Toda esta brincadeira de mau gosto tem custado milhares de milhões que terão que ser pagos, não só por nós, mas também pelos nossos filhos… não tenhamos dúvidas.



2º Truque – PSD

O PSD, o tal que ambiciona a governança, o que em democracia para além de salutar até é desejável, viu neste monstro orçamental e nesta arca de miséria e de nadas que querem oferecer ao POVO, a sua oportunidade de visibilidade acrescida, e de protagonismo desmedido. E, por isso, quiseram empolar o documento da nossa desgraça. E quiseram fazer crer que também mandam e, por isso, teriam que negociar o inegociável. Tudo isto para depois poderem assumir perante a opinião pública, que tiverem mérito na melhoria do OE. Foi um truque que resultou, mas pouco. Por um lado, tentam passar a ideia que se não fossem as suas mentes brilhantes, o orçamento seria muito pior, mas, por outro, continuam a afirmar que é um mau documento. Mas vão viabilizá-lo, mesmo aumentando os impostos, em particular o IVA, a tal vaca sagrada com que partiram as negociações… os tais impostos que declaravam que com o voto deles jamais seriam aumentados…

Para os “laranjas” o truque resultou na visibilidade e protagonismo político e mediático. E parece que com reflexos em sondagens. Não podem, no entanto, e porque se sentaram à mesa das negociações, negar uma quota-parte de responsabilidade política em todo este processo. E nas consequências sociais do mesmo.

Também eles contribuíram para o arrastar de uma decisão que, a cada hora que passava, aumentava assustadoramente o nosso endividamento externo. O tal que os nossos filhos também terão que pagar…



3º Truque – Cavaco Silva

Cavaco Silva não precisa deste truque: vir falar, pela primeira vez, após um Conselho de Estado, para novamente apelar, aos dois maiores partidos, para se entenderem na negociação da viabilização do orçamento, quando o entendimento já estava conseguido, é no mínimo ridículo e estranho. E retira-lhe o sentido de estado que ele afirma cultivar na sua conduta política e que - e bem - reclama para outros actores da cena política portuguesa. Este truque não custa dinheiro ao país, mas custa desnecessariamente à imagem do actual Presidente da República. Será que o homem não acredita nas sondagens?



4ª Truque – Manuel Alegre

Manuel Alegre, o homem que detesta o endeusamento dos políticos, mas que nem por isso deixa de ter uma estátua sua na cidade do Mondego, antecipou-se ao Partido Socialista a assumiu-se candidato a Presidente da República. Um direito que lhe assiste, claro. Foi um truque que mais tarde arrastou o PS, com o qual nem sempre foi solidário e, até por vezes, ostensivo, para uma decisão que já não o era. Um PS, que ao nível das bases, não se revê num candidato de comportamento ziguezagueante, pelo menos nos últimos tempos. O mesmo que há cinco anos concorreu contra o candidato do PS… Mário Soares.

Tornou-se, no entanto e de imediato, o candidato da esquerda acéfala, a mesma que no campo da disputa política não tem dado tréguas ao governo socialista. E agora, também o de um PS que nunca acreditou que a tradição não se cumprirá: ou seja, os presidentes fazem sempre dois mandatos.

Se tudo isto nada custará ao país, e ainda bem, vai no entanto, custar caro ao PS. E vê-se pelas sondagens. Metade das poucas intenções de voto expressas nos estudos, serão da tal esquerda órfã de liderança e, a outra parte, dos “alegristas” do PS. E, por isso, muitos militantes e simpatizantes socialistas não irão, com tristeza, votar Alegre. Muitos…



No meio de todos estes e outros truques desnecessários e impensáveis numa democracia adulta, para além de custarem caro ao país, e refiro-me às negociações para a viabilização orçamento, todos eles ocorreram num cenário de angústia para muitos milhares de famílias. Esta gente parece que ignorou o drama que atravessa muitas famílias portuguesas, onde em muitas delas impera a desesperança, fruto do desemprego, da redução de vencimentos ou até dos vencimentos em atraso. Estes políticos, de ambas as partes, deixaram passar a imagem de um desprezo profundo, para com um povo que os suporta, mas que vive a tragédia da pobreza. A visível e a encoberta.

Uma imagem triste e pobre!



Como o país.


Infelizmente!

António Rodrigues

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cabo Verde - Terra d'Sodad



Como diz a mais linda morna

“Eu queria ser poeta para fazer um mar de poesia”

Para fazer rostos de esperança na minha terra

Importar e beber

Da esperança crioula

Eis as meninas e os meninos de um país com futuro

E com esperança

Meninos que habitam o nada,

Perdidos nas montanhas e nas áridas paragens de um arquipélago

Disperso na imensidão do mar…

Que vão à escola

Sem livros,

Sem cadernos

e

Dividem os lápis e as borrachas

E dividem os sonhos

Nos recreios

Onde brincam com o vento

E com o que inventam

Meninos da ternura e do encanto

Que sorriem e

Felizes no desencanto

São os rostos da esperança

De uma nação que dá lições de governança

Aos outros da abastança…

Eu queria ser poeta para fazer um mar de poesia”

Para entender a esperança

Do povo da Morabeza

Um povo de beleza



"Esse bô beleza, ê más cum belo horizonte


Infeitód cum bom pôr-do-sol


Ô um arco-íris mut bem d`stacód."

Eu queria ser poeta para fazer um mar de poesia”

Texto inspirado no poema

‘m cria ser poeta

de Paulino vieira

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quando acabará a brincadeira?

Recentemente comemorámos (ou comemoram alguns) o centenário da República.

Muitos se interrogaram sobre o que se estava de facto a comemorar.


Porquê comemorar a República?


Perguntaram muitos e muitas.


E a resposta não sendo fácil, não deixa no entanto de ser incontornável:


Ela deve ser comemorada! Sem dúvida!


Mas outros há que assim não pensam.


E não têm que ser necessariamente defensores da Monarquia. Basta olhar para a fraca adesão popular no dia do centenário para facilmente se perceber que muitos, mas muitos mesmo, passaram ao lado de efeméride. Apesar da venda intensa do “produto” na comunicação social…


E porque não a querem comemorar, ou, tendo-o feito, fazendo-o sem entusiasmo?


Desde logo, tendo em conta os moldes políticos em que ela foi implantada, porque, por muito que não queiramos, a implantação da república está indelevelmente associada a um regicídio que na altura chocou a Europa e que destroçou a já de si fraca e inconsequente monarquia portuguesa.


Não somos os mesmos com o orgulho – e com razão – de termos feito uma revolução, a de Abril, sem se derramar uma gota de sangue? Pois, em 1910 não foi assim…


Mas, apesar de tudo isto e afinal, que República comemoramos?


A Primeira?

Mãe de todas as bagunças e confusões?

A que também ficou marcada por ataques à Igreja, da matança de padres e da ocupação selvática de mosteiros, numa expressão fantástica da liberdade de expressão que a república então dizia oferecer? Que, já sem rei e sem roque, substituía governos atrás de governos, governantes das então províncias ultramarinas, que só governavam meia dúzia de dias…para logo de seguida dar lugar ao próximo. E assim sucessivamente…


Ou a Segunda?

A da ditadura salazarista, num país orgulhosamente só, que promoveu a divisão dos portugueses e que os empurrou para uma guerra injusta e intolerável? E que fomentou a emigração conferindo-lhe um factor de humilhação que ela não tem que ter quando é opção em país livre. A ditadura da PIDE, da perseguição e da prisão por delito de opinião?


Ou a Terceira?

Esta que hoje vivemos. A da revolução dos cravos, a tal que não teve sangue, que nos trouxe a liberdade e o orgulho de sermos portugueses e donos do nosso destino?

A mesma que viveu os exageros da revolução, as ocupações selváticas das fábricas, das nacionalizações a qualquer preço, numa verdadeira antecâmara da implantação da uma nova ditadura que quase levou o país à guerra civil?


Ou, a mesma revolução dos cravos que nos reencaminhou para uma Europa de Liberdade e de desenvolvimento, que nos últimos 20 anos nos remeteu biliões de euros e que, também por isso, nos guindou para patamares de desenvolvimento e de qualidade de vida nunca antes vistos em território luso?


É evidente que a verdadeira e inquestionável comemoração é a da Revolução de Abril.

A que nos trouxe a república plena, de direitos e de liberdades, em que o poder do povo se exprime pelo seu sentido crítico, opinativo e, muito mais do que isso, nas opções políticas que o voto lhe confere.


Mas a República somos - também - todos nós.


Por isso, nos “auto-comemoramos”. Nas nossas misérias e grandezas.


Afinal comemorámos um país que faz vida de rico, mas que rico não é! Um país endividado de uma forma quase dramática e que está a soldo das miseráveis ganâncias dos mercados financeiros.


Mas Portugal não está em crise. Em crise estão os países que sempre foram ricos e sempre produziram e geraram riqueza e que, de um momento para o outro, se viram envolvidos nesta crise que é acima de tudo internacional. Não estamos em crise, porque nunca fomos ricos a “sério”… vivemos sempre, ou quase sempre, acima das nossas possibilidades. E todos temos responsabilidades, uns mais outros menos, nesta situação em que caímos e vivemos, que é também a vergonhosa herança que deixamos aos nossos filhos e netos…


Somos a “res-publica” em que, apesar de tudo isto, os políticos parecem brincar com o Povo. O Povo que merecia muito, mas muito mais respeito. E digo brincar porque até parece que a nível interno todos estão isentos de responsabilidades. Nada mais errado.


PS e PSD que se sentem à mesa e meditem.


Aquele mais do que este, porque mais tempo na governança… se é verdade que muitos dos problemas são provocados por factores externos, também não é menos verdade que o triste espectáculo a que hoje se assiste, sobre a aprovação ou não do Orçamento, não pode deixar de nos indignar… Até parece que esta gente que teima em não se entender vive num país rico em que ninguém, mesmo ninguém, sofre. Em Portugal não há desempregados, não há gente a viver em absoluta pobreza, gente que perdeu a esperança e, mais do que isso, não pode dar esperança aos filhos de um futuro mais risonho e mais feliz. Gente que, por isso mesmo, se revolta perante tanta insensatez política.


E é isto que dói! E muito!


É também esta a República que comemoramos.


A da insensibilidade de quem

governa e de quem quer vir a governar… em que, mais do que nunca, o que conta é a cínica contagem de espingardas e medição de consequências políticas e partidárias de um eventual chumbo e, muito menos, as consequências de tão tristes e deploráveis cenas, num país que para além de confiança e de união, precisa de saber respeitar e minimizar os dramas dos que sofrem e que, por isso mesmo, deixaram de acreditar nos políticas e na política.


Como se o chumbo não fosse somar mais problemas, ao problema que hoje somos!


Seria muito mau.


Mas nós somos assim!


E assim nos comemoramos.





António Rodrigues




sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Meninos do Sol Nascente


Vale a pena ver este filme


e meditar...



Crianças de um Timor distante e pobre.


Crianças que na sua esmagadora maioria sorriem… mas que não têm um brinquedo.


Não conhecem brinquedos!


Não têm nada.


Alguns nem roupa


Nem sapatos…


Nem casa



Mas sorriem e brincam com o nada


Um nada que nos deveria obrigar a pensar…



Porquê uns com tudo e muitas vezes zangados, tristes e até amargurados


E por psicólogos guardados


E outros cheios de um Nada que envergonha!




Nas crianças de Timor Lorosae


Não há telemóveis, roupas e sapatos de marca,


Televisões, cd’s e o demais…


Porque não conhecem.


Porque não há! …




Há um povo torturado pela guerra


Pela fome


Pela miséria


Pela família destroçada e martirizada


Mas que pariu meninos e meninas que sorriem e que brincam com o vento e com o mar


Com o búfalo


E com a arte dos “brinquedos” imaginados…



Meninos que já nos falam na língua lusa


E nos pedem nada


E nos dão um sorriso


a troco de nada




Um sorriso


Com os deditos em V


O V da vitória de um país pobre


Mas grande na alma


Que resistiu e venceu




E nos dá meninos e meninas


Que nos ajudam a sorrir


Que nos ensinam a sorrir




Olhemos em nosso redor


E comparemos!


Demagogia?


Não!


Realidade?


Pura e dura.



Meninos do nada


Que sorriem, cantam e


Nos desvendam os valores da


Vida



Timor Lorosae


Texto: António Rodrigues


Vídeo: Carlos Carreira


Fotos: António Rodrigues, João Aidos e Carlos Carreira




sábado, 2 de outubro de 2010

Transnacionalismo ou diáspora?

Quando chegamos à ilha de Santo Antão em Cabo Verde e entramos pela vila de Porto Novo, deparamo-nos com uma homenagem à diáspora crioula, expressa naquela mãe de pedra feita, com o filhote choroso enrolado às saias maternas, num gesto de dor e saudade, expresso no lenço que voa ao vento, num olhar triste no horizonte que se perde na imensidão do oceano. É assim esta mulher cabo-verdiana que acena com o lenço para o marido que parte. Também podemos recorrer ao Chiquinho de Baltazar Lopes e percebermos porque é que o cabo-verdiano prefere o termo diáspora ao termo emigração. Bem sabemos que o termo diáspora provem do tempo dos hebreus dispersos pelo mundo, fruto do “castigo de Deus pela sua rebeldia e idolatria”. Ou seja, o termo aparece, desde logo, associado ao sofrimento e à dor, à separação e á dispersão da família. E a toda esta vertente se associa um pormenor que, em minha opinião, difere do sentimento do emigrante: a diáspora mantém, arreigada à sua caracterização, o estigma da dúvida do regresso às origens. Será que se regressa? E quando? Foi assim com os hebreus e é assim com os africanos em geral e com os cabo-verdianos em particular.

O emigrante, e lembrem-nos dos nossos emigrantes, têm sempre uma convicção e uma aposta, que é precisamente o regressar a casa, quando atingido o objectivo que esteve na base da saída. Há pelo menos a convicção de periodicamente visitar as origens.


Hoje, mais do que nunca, a globalização provocou uma onda de mobilidade, verificando-se através do fenómeno migratório, o efeito social dos vasos comunicantes, em que os países ricos vêem compensada a sua reduzida (e em alguns casos inexistente) taxa de crescimento demográfico, e os países pobres vêem uma porta aberta para colmatar o drama da sua pobreza endémica. E é nesta amálgama de transnacionalismo que emergem fenómenos migratórios que cada vez mais caracterizam o mundo de hoje.


Tenho um conceito que o tempo me ajudou a formar - bem ou mal - mas ajudou. Aliás, Castles ajuda-me, naturalmente, a arrumar as ideias naquela que é para mim a evolução do processo emigratório para um processo transnacional. Esta evolução assenta nos conceitos de práticas de vida e de relação com os países, quer de origem, quer de acolhimento. Vão longe os tempos em que os países de emigrantes ignoravam, ou pelo menos não apoiavam de uma forma clara, todo o processo emigratório. E, por outro lado, os de acolhimento não assumiam uma verdadeira política social de apoio à integração dos seus imigrantes. O emigrante de ontem é o transnacional de hoje. Por um lado, e da Europa falando, porque caíram as fronteiras e é livre a mobilidade de pessoas, o que parece tornar-se um paradoxo falar em transnacionalismo, numa Europa que se quer unida.


Hoje, o emigrante, vivendo e trabalhando noutro país, está como que em sua casa. Porque é mais fácil a articulação e a integração com os cidadãos do país de acolhimento e porque é mais fácil a comunicação com os concidadãos do país de origem. O transnacionalismo é, por isso, um fenómeno das cidades globais, como refere Castles. É um fenómeno que faz acrescer ao conceito tradicional de emigrante, a lógica do emigrado sempre em casa. È fácil ir e vir. É muito mais fácil, hoje, combater as distâncias que implicam todos os processos migratórios. Pode ser visto numa amálgama de multiculturalidades como que formando um transnacionalismo local, no contexto da referida cidade global.


Os países, os estados-nação, têm hoje uma visão muito mais séria e atenta sobre estes fenómenos. Por um lado, porque o país do emigrante quer manter laços efectivos e afectivos com os seus cidadãos, garantindo-lhe todo o tipo de ligação à nação que os viu nascer. De resto, em muitos casos, o impacto das remessas dos emigrantes é de tal forma importante nas finanças de alguns países, que acabam por ser as receitas determinantes para as políticas de desenvolvimento. Cabo Verde vê nas remessas da sua diáspora a principal fonte de receita para que o país se desenvolva e progrida.


Por outro lado, os países de acolhimento procuram um apoio a estas comunidades, criando redes sociais, que interagem com as instituições de apoio aos imigrantes no seu processo integratório.


O transnacionalismo, nas cidades globais, pode ter vertentes opostas: a positiva e a negativa. Quem vive na diáspora, aqui vista num conceito de um processo doloroso de emigração, tem mais dificuldades de integração e vê-se muitas vezes remetido para comunidades transnacionais, vítimas de marginalização e de diferenciação negativa. Assim nascem comunidades transnacionais que se auto-acolhem nas suas tradições e culturas, a que muitas vezes associam também a componente política e religiosa. Esta é, em minha opinião, a face negativa do fenómeno do transnacionalismo. Mas, se o país de acolhimento tem melhores politicas de integração e está mais atento ao fenómeno, então permite e até fomenta a criação de comunidades transnacionais, que são devidamente acompanhadas na defesa dos seus valores sociais e humanos.


Num caso e no outro estamos sempre perante um fenómeno social, em que as comunidades transnacionais assumem o sentimento simultâneo de desterritorialização e reterritorialização, assente na particularidade de, apesar de tudo, serem comunidades com forte ligação a ambos os países, muitas vezes com dupla nacionalidade, com família e amigos nos dois “lados da fronteira”. E conseguem ser fiéis e leais a ambas as suas nações.


Tudo isto, seja transnacionalismo, diáspora ou emigração, estes últimos conexos ao primeiro, é consequência de um mundo cada vez mais global, em que a mobilidade da mão-de-obra é consequência de um liberalismo económico em que vivemos, havendo quem lhe chame também de neo-capitalismo.


O transnacionalismo é um fenómeno social que veio para ficar, muito em particular nos países mais ricos e desenvolvidos. Mas não só...

António Rodrigues