A mais pequenina

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Princesa

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Perdoado seja!

Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).

Exactamente isto que os católicos professam e procuram incutir ao próximo. E bem!


D. Policarpo disto se esqueceu e foi por aí acima e julgou de uma forma arrogante toda a classe política portuguesa.

Segundo ele, ninguém sai da política com as mãos limpas. Ou seja, ninguém é honesto! E, se são todos, como afirmou, o epíteto a todos a abrange, desde o mais alto magistrado da nação ao mais simples autarca de freguesia.


Ora isto é grave. Muito grave, vindo de onde veio.


Assim não!


Gostaria o prelado, que em contexto idêntico, se afirmasse que todo o clero católico não tem a alma limpa?

Um clero que ultimamente ocupa parte do seu tempo a lamber as feridas das asneiras de alguns, que não podem nem devem comprometer o todo, e que volta e meia, obriga a consecutivos envergonhados pedidos de desculpas?


Foi infeliz a afirmação, mas tornar-se-á desgraçada, se o chefe da Igreja portuguesa, não emendar a mão e perceber que é feio julgar os outros.

Exactamente as postura que o próprio já aconselhou nas suas homilias.

Porque no melhor pano cai a nódoa, só me resta esperar que Deus lhe perdoe…



António Rodrigues

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Enganados com lágrimas

Continua por resolver a situação dos médicos enganados.

Que vieram da Costa Rica, com força e vontade de ajudar quem os chamou.

Vieram para trabalhar e, de certo modo, cooperar. Nem trabalham, nem cooperam.

Sendo jovens, sentem-se – como dizem – reformados.

Recebem sem trabalhar!

Sentem-se inúteis e, mais do que isso, enganados.

Num país que se debate com falta de médicos, - por isso vieram – ter estes homens e mulheres parados e a receberem o seu vencimento, para além de uma ofensa à dignidade dos próprios, é também um insulto a todos os que sentem na pele os sacrifícios que a crise impõe. Os utentes, que tanto reclamaram a vinda destes médicos, não percebem a situação e já os julgam, injustamente, de turistas.

Se houve, quem no passado recente decidiu mal, urge agora resolver bem.

Não fez sentido manter esta situação por tempo indeterminado. E, muitos menos, serem estes profissionais, vítimas de eventuais retaliações políticas.

Como foi possível contratar estes técnicos de saúde, se entre os dois países não há Convénio de Reciprocidade?

Quem é ou são os responsáveis por este embuste político?

Exige-se respeito!

Em primeiro lugar, porque são pessoas, afastadas da família e de amigos, que não merecem, de modo algum, este tratamento a que estão sujeitos.

Em segundo lugar, pelas populações às quais foram criadas expectativas de verem os seus problemas de assistência médica resolvidos.

Em terceiro, não sendo fortunas, estão em causa dinheiros públicos esbanjados, com conhecimento de quem manda e tem obrigação de decidir; nem que a decisão seja o regresso digno deste enganados.

Enganados com lágrimas, como há dias presenciámos.

Um deles, não as conteve, em sinal de revolta.

E de espanto!

E de saudades!

Da família e do país, que os formou médicos.

Para trabalharem!



António Rodrigues