Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).
Exactamente isto que os católicos professam e procuram incutir ao próximo. E bem!
D. Policarpo disto se esqueceu e foi por aí acima e julgou de uma forma arrogante toda a classe política portuguesa.
Segundo ele, ninguém sai da política com as mãos limpas. Ou seja, ninguém é honesto! E, se são todos, como afirmou, o epíteto a todos a abrange, desde o mais alto magistrado da nação ao mais simples autarca de freguesia.
Ora isto é grave. Muito grave, vindo de onde veio.
Assim não!
Gostaria o prelado, que em contexto idêntico, se afirmasse que todo o clero católico não tem a alma limpa?
Um clero que ultimamente ocupa parte do seu tempo a lamber as feridas das asneiras de alguns, que não podem nem devem comprometer o todo, e que volta e meia, obriga a consecutivos envergonhados pedidos de desculpas?
Foi infeliz a afirmação, mas tornar-se-á desgraçada, se o chefe da Igreja portuguesa, não emendar a mão e perceber que é feio julgar os outros.
Exactamente as postura que o próprio já aconselhou nas suas homilias.
Porque no melhor pano cai a nódoa, só me resta esperar que Deus lhe perdoe…
António Rodrigues