A mais pequenina

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Princesa

domingo, 13 de julho de 2025

 

Os judeus também são cruéis

Na minha adolescência “devorei” quase todos os livros que na altura se escreviam sobre a II Guerra Mundial. Vivíamos, então,  vinte e cinco anos após o fim aquele tragédia, liderada por Hitler. Dos muitos livros que li, dois marcaram-me: a 25ª Hora e o Treblinka. Num deles, já não sei qual, contava-se que os judeus cantavam o “Coro dos Escravos”  quando caminhavam ao encontro das câmaras de gás, melhor falando, ao encontro da morte.

Uma guerra é sempre hedionda mas a dimensão do genocídio, o Holocausto, promovido pelo bandido alemão foi assustadora e, porventura, ímpar até aquela data.

Segundo o Antigo Testamento, José, o filho de Jacob[1], bisneto de Abraão, foi pelos irmãos vendido a mercadores que o levaram o Egipto, arrastando neste gesto toda a família hebraica. Sim, porque pouco tempo depois, alguns irmãos de José iriam ao Egipto em busca de cereais e, surpreendentemente, ali o encontrariam como um líderes da casa egípcia. Por centenas de anos ali se fixaram, agora como escravos, sendo pela liderança de Moisés que  retomariam à Terra Prometida. Só que agora já não havia a prometida terra, mas sim a Palestina.

Por via da injustiça e desumanidade de que foram alvo na II Guerra, os judeus/hebreus ganharam mais atenção e respeito em todo o mundo de tal foram que em 1948 lhes foi forjado um Estado, o de Israel; e a Palestina, aos olhos do mundo, ficou secundarizada, para muitos ocupada.

Hoje, o líder de Israel, faz aos seus vizinhos palestinianos , exactamente o mesmo que Hitler fez ao povo judeu.

No tempo  em que lia os livros sobre a II Guerra pensava para comigo que bandidos como Hitler já não voltariam para fazer sofrer o mundo…

Bem me enganei! Muitos houve depois dele, mas ver o líder israelita avançar com um genocídio contra os Palestinos e perante a passividade do Mundo, só apetece esquecer o Holocausto.

Mas claro, não se pode.

A Vida é dolorosa em  muitas latitudes do planeta. 

 



[1] Jacob teve dois filhos da sua amada Raquel: José e Benjamim

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

 

Auschwitz 80 anos depois

Passam hoje oitenta anos que o campo de concentração alemão foi encerrado e, com ele, a matança de seres humanos.

A humanidade viveu a realidade da organizada matança de homens por outros homens. O ódio, o racismo, e em particular  anti-semitismo, levaram à morte mais de seis milhões de pessoas, desde bebés e crianças até ao mais idoso dos desgraçados. No coração da Europa viveu-se o escarro mais asqueroso que o Homem jamais poderia imaginar, onde os judeus caminhavam  para a morte, ao encontro das câmaras de gás, cantando o Coro dos Escravos.  “Se isto é um homem”, como escreveu Primo Levi, prisioneiro  Buna-Monowitz é a interrogação maior do Homem de boa-fé.

Mas os tempos que vivemos não são menos preocupantes, por incrível que possa parecer.

Sim, assustemo-nos com  a realidade de hoje da humanidade.

Desde logo, na mesma Alemanha, onde a extrema-direita neo-nazi está a um passo de voltar ao poder; quem diria, meu Deus!

Olhemos para a América dos dias de hoje. A deportação em bloco de inocentes levada a efeito com modos desumanos, como foi o caso de prisoneiros algemados devolvidos ao Brasil. E de lá vêm imagens preocupantes de gente do poder a assumir e a comunicar com recursos a  sinais nazis. Eis a política do racismo avançar e a galopar de forma tão desumana quanto preocupante.

E da Rússia veio a invasão da Ucrânia, com a consequente matança de inocentes. Aqui tão perto de nós…  

Por isso me enoja que tenhamos também em Portugal gente que defende estes princípios e métodos e, alguns deles, ordinariamente, em nome dos santos Evangelhos.  

O impensável pode desgraçadamente voltar a ser possível?

Sim, pode voltar a repetir-se.

A humanidade perdeu a memória?

 

“Vai, pensamento, sobre as asas douradas

Vai, e pousa sobre as encostas e as colinas

Onde os ares são tépidos e macios

Com a doce fragrância do solo Natal”