Auschwitz 80 anos depois
Passam hoje oitenta anos que o campo de concentração alemão foi
encerrado e, com ele, a matança de seres humanos.
A humanidade viveu a realidade da organizada matança de homens
por outros homens. O ódio, o racismo, e em particular anti-semitismo, levaram à morte mais de seis milhões
de pessoas, desde bebés e crianças até ao mais idoso dos desgraçados. No
coração da Europa viveu-se o escarro mais asqueroso que o Homem jamais poderia
imaginar, onde os judeus caminhavam para
a morte, ao encontro das câmaras de gás, cantando o Coro dos Escravos. “Se isto é um homem”, como escreveu Primo Levi,
prisioneiro Buna-Monowitz
é a interrogação maior do Homem de boa-fé.
Mas os tempos que vivemos não são menos preocupantes, por incrível
que possa parecer.
Sim, assustemo-nos com a realidade de hoje da humanidade.
Desde logo, na mesma Alemanha, onde a extrema-direita neo-nazi
está a um passo de voltar ao poder; quem diria, meu Deus!
Olhemos para a América dos dias de hoje. A deportação em
bloco de inocentes levada a efeito com modos desumanos, como foi o caso de
prisoneiros algemados devolvidos ao Brasil. E de lá vêm imagens preocupantes de
gente do poder a assumir e a comunicar com recursos a sinais nazis. Eis a política do racismo
avançar e a galopar de forma tão desumana quanto preocupante.
E da Rússia veio a invasão da Ucrânia, com a consequente
matança de inocentes. Aqui tão perto de nós…
Por isso me enoja que tenhamos também em Portugal gente que defende
estes princípios e métodos e, alguns deles, ordinariamente, em nome dos santos
Evangelhos.
O impensável pode desgraçadamente voltar a ser possível?
Sim, pode voltar a repetir-se.
A humanidade perdeu a memória?
“Vai,
pensamento, sobre as asas douradas
Vai,
e pousa sobre as encostas e as colinas
Onde
os ares são tépidos e macios
Com a
doce fragrância do solo Natal”
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