A Igreja no seu melhor… a portuguesa claro!
Para D. Policarpo o país chegou a um estado tal que as manifestações não fazem sentido. “Comer e calar” parece ser o seu lema… ou por outra, não comer e calar…
Eis uma afirmação de incompreensível resignação que, vindo de quem vem, tem algo de muito mais grave. Para este homem da Igreja, o primeiro do país, as manifestações e protestos de rua não fazem sentido e só incomodam.
Só fala assim quem
está fora da realidade e de barriga cheia!
Não comer e calar,
parece ser a sugestão deste patriarca há muito fora do contexto… mas o drama é
que para muitos já não há mesmo nada para comer. A fome atinge muitos e, em particular, os que dela sempre estiveram muito longe.
A dura realidade é que em Portugal há fome e fome escondida, pela vergonha.
E há sub-alimentação.
Em ambos os casos,
todos temos – uns mais outros menos – a nossa responsabilidade e, ao mesmo
tempo, a obrigação de ser solidários.
Só manda calar quem
tem fome, os que estão de barriga cheia. E que não são solidários.
É feio mandar calar
quem tem fome.
É feio mandar calar
quem não tem para aconchegar e suavizar o drama dos filhos.É mau ser insensível.
Esta não é a Igreja solidária de que todos precisamos.
Se há uns meses D. Policarpo nos mimoseou com a afirmação de que “ninguém sai da política de mãos limpas”, também é caso para lhe dizer que nem todos os líderes da igreja sabem estender a mão a quem precisa.
Valha-nos não ser aquela a verdade absoluta da política, valha-nos não ser aquela a verdade absoluta da Igreja Católica portuguesa.
Hoje, um pouco por todo o lado, prolifera a solidariedade e o apoio efectivo, muitas vezes no silêncio e na discrição, dos católicos deste ou daquele recanto do nosso traumatizado país. Há, em Portugal, homens, mulheres e jovens que, no silêncio do amor, repartem o que têm para que o outro sofra menos. Na solidariedade e no apoio ao próximo, os católicos e suas instituições são exemplo.
No respeito por todos aqueles que sofrem, católicos ou não, D. Policarpo deveria dar uma mensagem de respeito, de esperança e de solidariedade.
Ou então, ficar
calado!
António Rodrigues
16.10.2012
Meu caro, infelizmente a Igreja portuguesa apela demasiadas vezes ao conformismo. felizmente se é verdade que temos mais como D: policarpo também temos o D. Manuel Martins e o D. Januário Torgal que ao longo da sua vida levantam a voz contra as injustiças. Agora não há dúvida que lamento que o nº1 da Igreja, em Portugal, tenha proferido tamanha"alarvidade". A revolta contra as injustiças, o combate à pobreza e a prática da fraternidade são obrigações de qualquer Homem, religioso ou não.
ResponderEliminarRui Pedro Barreiro