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Princesa

sábado, 28 de junho de 2014

A nossa Língua


Faz hoje anos que começámos a falar português.
Faz hoje 800 anos que começámos a ter uma alma enquanto Povo e que iniciámos o processo fundamental da nossa identidade histórica.
Faz hoje anos que alguém pensou no futuro e sentiu que havia uma Nação.

Uma Nação que falaria português por muitos e muitos anos. Foi D. Afonso II que assumiu este futuro e, diga-se, não há muitas nações que saibam exactamente o dia em que nasceu a sua própria língua.

Pois nós sabemos!

A língua de Camões falada em quase todo o mundo.
É no Brasil, que por consequência directa das invasões francesas em Portugal, ela melhor, mais rápido e eficazmente se implantou, com aquele sotaquezinho tão próprio e sensual dos brasileiros.

É na África quente de terra vermelha, entre crioulos e vernáculos locais, que a nossa língua é ponte para o mundo multicultural e multirracial, orgulho para quem de peito aberto se afirma luso pela língua. Essa África mítica de sonhos e anseios, onde Angola, Moçambique, Guiné, S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde, se sentem irmãos pela língua, e com ela e também por causa dela, vivem o futuro com esperança. África, essa crioula voz que adocica a língua e nos aquece a alma.

E Timor? Timor lá do outro lado do planeta, onde muitos, mas muitos, foram assassinados por falarem português e que hoje lutam para que o português seja também elemento determinante para o seu desenvolvimento e afirmação no contexto das nações. E se a nossa língua tão bem convive com o tétum…tão bem…

E Macau e Goa onde ainda há vestígios da nossa alma?…
Onde se fala o português e ver televisão portuguesa é orgulho e referência para muitos…

E em Malaca, onde ainda se fala e reza com o velho português…lá no bairro de S. Pedro…
Eis a nossa língua, alma que a Lusa Expansão Marítima deixou um pouco por todo o mundo.

Faz hoje 800 anos que começámos a falar português.
E há que ter orgulho por falarmos português e ainda mais orgulho de muitos outros países o fazerem. Há que perder os complexos e traumas neocolonialistas e assumirmos que é também nestas e com estas nações, que poderemos sonhar com um futuro ainda mais solidário e próspero para todos os qua falam, como agora escrevo.

Perdemos no futebol onde jogou uma equipa de 11, mas ainda ninguém falou que ganhámos na promoção da língua que o Brasil fala e que em todo o mundo é abraçada por mais de 244 milhões de almas.
O futebol não é a nossa pátria.

“A minha pátria é a Língua Portuguesa”… disse Pessoa… olhando o mundo, ele teria dito
“a nossa pátria é a língua portuguesa.”

Eis o testamento de D. Afonso II, o Gordo! O do conteúdo e o da forma!

Que orgulho!

António Rodrigues

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