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Princesa

domingo, 3 de dezembro de 2017


Marcelo, o cristão 

Não votei em Marcelo.

Não gostava dele.

Mudava de canal, quando aparecia o Professor… achava que ele abusava dos comentários e se exibia. Mas sabia, reconhecia e reconheço que não é inteligente… é muito inteligente.

Hoje, ele é para mim e, porventura para muitos, o paradigma do político quase ideal.

É ele que perante tragédia empurra emocionalmente o país. E empurra-o com gestos de afecto e de carinho. De ternura e de comoção. E vê-se que o homem é sincero, é genuíno. E um homem sincero e genuíno, quando muito inteligente, torna-se “perigoso”. Porque diferente, porque provocador. Mas perigoso, porque activo e bom de coração.

Hoje, ouvem-se algumas (poucas) vozes do PS – os que têm a memória curta - a discordarem do seu discurso de Oliveira do Hospital, em que deu um murro na mesa, impondo um rumo, um caminho de união, colocando à frente de tudo, os interesses do nosso país…

Foi e é o garante de um Portugal unido na dor e na tragédia. Terá sido, em minha opinião, o murro mais feliz e mais eficaz da história da democracia portuguesa. Ajudou a lavar a cara de um Estado incompetente, provocador de desgraça e tragédia, neste pormenor dos incêndios.

…E o Estado não é um só Governo. Somos todos nós, também…

Mas esta postura de Marcelo, está muito, mas muito para além do político e presidente. Ela encarna e de que maneira, a postura do cristão assumido, que em atitudes de coerência com a sua fé, corre o país cumprimentado, abraçando e beijando quem sofre, quem chora e quem tudo perdeu. Quem perdeu a esperança no futuro.

E quem perdeu filhos, pais, amigos e outros a quem os liga o sangue da vida… e da morte.

Marcelo tornou-se, em tempo de desgraça e de tragédia nacionais, a luz ao fundo do túnel para uma boa parte dos portugueses. Talvez mesmo da maioria!

Obrigado Presidente…

Desculpe, porque o “burro”, afinal, fui eu!


António Rodrigues

22 de Outubro de 2017

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