O abraço de Timor
Leste à Guiné Bissau, passou despercebido aos Portugueses. E ao mundo político
em geral. Mas não ao Povo timorense e, muito menos e em particular, ao guineense.
Como há dias dizia Luís Amado em entrevista a RR, Xanana instalou uma autêntica Secretaria de Estado em Bissau, com o objectivo de promover todo o processo eleitoral naquele quase abandonado país da CPLP.
E foram oito meses de intenso trabalho e milhões de dólares investidos por Timor neste processo. Com as “máquinas às costas” calcorrearam montes e montanhas e, de aldeia e em aldeia, promoveram o recenseamento e, com ele, a preparação dos actos eleitorais. Com os computadores, as máquinas para emissão dos cartões eleitorais e, com elas, o espirito da solidariedade para com um povo dela bem carente, tudo paulatinamente, foi conseguido. Tudo!
Muitos dos que antes olharam com desconfiança e até desdém, o papel e o contributo de Timor, foram obrigados a vergar e, mais do que isso, a aprender a lição. A lição de dois pequenos países onde há gente grande, de coragem e de saber. E de querer!
Este sim, o verdadeiro espírito da Lusofonia e a entreajuda que deve nortear o caminho político da CPLP…
Porque o abraço foi
bom, foi exemplar e, acima de tudo, porque foi uma bofetada para muito boa
gente da área política, ele foi calado… ignorado!
Da Guiné estamos
habituados a más notícias… de resto, em Portugal, só se divulgam as más
notícias. Chafurdamos com o pessimismo e quase nos obrigam a ignorar o que de
bom se faz.
Por cá e por lá.
Segundo Xanana, foi
um gesto de gratidão para com a Guiné, e Timor enviou para aquele pequeno país,
o que de melhor actualmente tem: homens e mulheres do seu povo e, com eles, o
que de melhor aprenderam nos 13 anos que levam de independência ou seja, a
experiência em processo de recenseamento e actos eleitorais. Como há dias dizia Luís Amado em entrevista a RR, Xanana instalou uma autêntica Secretaria de Estado em Bissau, com o objectivo de promover todo o processo eleitoral naquele quase abandonado país da CPLP.
Os chamados grandes
países “rosnaram” com a ideia e, no silêncio, Timor foi criticado… Dinheiro mal
gasto, tudo vai correr mal, vai ser um fracasso… melhor ficassem em Timor… mas Xanana
seguiu em frente, mantendo corajosamente o seu gesto solidário para com o
sacrificado povo da Guiné Bissau.
Em Bissau, a chefiar
as dezenas de técnicos e administrativos timorenses, ficou Tomás Cabral,
Secretário de Estado da Descentralização Administrativa, que assumiu a representação
do Estado Timorense naquelas terras de áfrica.E foram oito meses de intenso trabalho e milhões de dólares investidos por Timor neste processo. Com as “máquinas às costas” calcorrearam montes e montanhas e, de aldeia e em aldeia, promoveram o recenseamento e, com ele, a preparação dos actos eleitorais. Com os computadores, as máquinas para emissão dos cartões eleitorais e, com elas, o espirito da solidariedade para com um povo dela bem carente, tudo paulatinamente, foi conseguido. Tudo!
Vieram os actos
eleitorais, que poucos acreditavam se desenvolvessem com êxito e sem
incidentes.
Foram três eleições:
Para o Parlamento guineense e, também, para a Presidência da República, esta
com duas “voltas”…
Lemos ou ouvimos
notícias? Muito poucas e curtas.
E as que houve, quase
sempre ignorando o papel determinante de Timor Leste, que também teve em Ramos
Horta o representante oficial da ONU naquele país.Muitos dos que antes olharam com desconfiança e até desdém, o papel e o contributo de Timor, foram obrigados a vergar e, mais do que isso, a aprender a lição. A lição de dois pequenos países onde há gente grande, de coragem e de saber. E de querer!
Os resultados
eleitorais foram rápidos e serenos. Ninguém pôde ou pode questionar a liberdade,
o rigor das eleições e a verdade dos resultados finais.
Tudo foi quase
perfeito e a Guiné é hoje um Estado de Direito aos olhos do Mundo. Este sim, o verdadeiro espírito da Lusofonia e a entreajuda que deve nortear o caminho político da CPLP…
E será a Díli a receber
no próximo dia 23 de Julho a cimeira da CPLP, que o Governo de Timor prepara
com dedicação, afinco e entusiasmo.
Tudo isto que parece
ter passado ao lado da opinião pública e publicada, mas em Timor e na Guiné,
foram escritas páginas de história que ambos os Povos merecem e das quais se
devem orgulhar.
Parabéns ao Povo da
Guiné!
Parabéns a Tomás
Cabral
Parabéns a Xanana!
António
Rodrigues
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