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Princesa

terça-feira, 27 de julho de 2010

Custa muito reconhecer?


Não é preciso ser economista, mas simplesmente realista, para se perceber que Portugal e a Europa em que estamos inseridos têm um futuro económico sombrio. A crise veio para ficar, para moer e para doer.

Acima de tudo junto dos mais desfavorecidos.

Nos próximos anos não cresceremos como nos últimos. Se crescermos…

Compete-nos, pois, encontrar alternativas e soluções que minimizem os dramas que nos esperam. Não alternativas paliativas e enganadoras, muito menos alternativas de conversa fiada, fruto de promessas e expectativas irrealizáveis.

Não vai ser com essa conversa e demagogia barata que o país sobreviverá. De modo algum.

Sairemos da crise se gastarmos menos e produzirmos mais.

Ora, regra geral, quem produz são os empresários e as empresas. Os produtores de riqueza e geradores de impostos. E de empregos. As empresas e os homens que as gerem.

Ai do país que não veja nelas, desejavelmente consistentes, modernas e competitivas, uma das realidades que poderá ser a base do progresso e, acima de tudo, da afirmação social e política da nação.

Os governantes de Portugal, os de hoje e os de ontem, parecem terem vergonha de ensinar a História aos seus filhos. A História de todo um percurso de grandezas e misérias de mais de mais de 850 anos.

A nossa História.

A tal história onde ressalta um dos acontecimentos mais marcantes da história da humanidade: a nossa expansão marítima. A tal que, sem complexos, como diz o poeta: “deu novos mundo ao mundo”.

Por causa dela, entre vários factores que não vêm agora ao caso, a língua portuguesa espalhou-se por todo o mundo, de tal modo que hoje é das mais faladas.

E é nela que, sem traumas, teremos de apostar. Ao nível político, cultural e empresarial.

O êxito e o enquadramento da nossa economia no mundo passa, inquestionavelmente, pela afirmação e pelo reconhecimento da importância estratégica da língua portuguesa.

De entre os países que emergem no mundo como potências económicas estão, para já, dois: Brasil e Angola. E Moçambique na calha…

E falam português.

E gostam de Portugal.

E querem interagir com os Portugueses.

E que vão crescer num só ano o que Portugal e a Europa não conseguirão em vários.

Por tudo isto, é bem perceptível o empenho e a importância que o Presidente da República depositou na sua recente deslocação a Angola. Porque o Presidente sabe que o futuro da nossa economia passa por ali…

Vivemos num país em que parece proíbido reconhecer, já não digo elogiar, os méritos dos políticos. Por isso, e apesar de ter havido algum reconhecimento pelos resultados desta deslocação, fico com a impressão de que ficou muito aquém da grandeza desta iniciativa presidencial.

Só o futuro mostrará aos incautos, alguns deles ainda roídos por factores de partidarite primária ou até de ordem pessoal, a dimensão e a importância do que Cavaco conseguiu em Angola.

Um êxito de que Portugal precisa e, penso, desejava.

Um êxito de que Angola também precisa. E também deseja.

Mas, mais do que isso, um trabalho que há-de dar frutos junto dos que trabalham, geram riqueza e pagam impostos.

Esses sim, os empresários, serão os primeiros a perceber e a atingir o alcance desta histórica visita do Presidente. Os tais que hão-de repartir com o país, o fruto dos resultados que ali venham legitimamente conseguir.

Mas, como alguns gostam mais de palavreado, foi mais importante na semana seguinte perder-se tempo com uma pouco mais que precipitada e incauta proposta de revisão constitucional, do que reconhecer, analisar e interpretar as vantagens e os efeitos desta histórica jornada.

Parabéns Presidente!

António Rodrigues

5 comentários:

  1. Sou uma desalinhada política. É-me difícil continuar a acreditar num projecto
    depois de o ter feito com tanta esperança. Contudo,sei que tive uma boa formação na altura certa e na forma que condizia com a minha maneira de ver o mundo. Pertenci à UEC e PCP entre 1974 e 1979. Depois disso decidi agir em coerencia comigo mesma. Sem preconceitos. E isso passa por apreciar individualmente alguns políticos sem ter que os avaliar pelo
    grupo a que pertencem (coisa que para uma "cunhalista" seria impensável anos antes). Essa prisão do pensamento e de avaliação tendenciosa é insuportável para quem sente a democracia como um direito de todos. Esse direito abarca, também, o lado espiritual que na minha concepção é indissociável na construção de uma sociedade com bons valores. Gosto de quem tem essa independência de ver e falar das coisas. Mesmo que eu não assine a opinião aqui exposta acho o acto em si de muito boa formação e honestidade. Dizia há dias a um amigo meu que se contam pelos dedos políticos com carisma e ainda menos pessoas com vontade férrea de construir e que mostram trabalho bem feito. Gosto de pessoas controversas porque são de confiança. O servilismo deixa-me de pé atrás... O que tenho visto ser feito nesta cidade, em particular, agrada-me sobremaneira. É preciso talento e visão. É preciso ter coragem também. E o que acabei de ler reflecte essa ombreidade.Não custa nada reconhecer mérito a quem se expõem com clareza. Não custa reconhecer o bom trabalho de quem sabe o que faz!

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  2. ombreidade é mesmo assim: "largura de ombros" e idade, resultado de boa formação e experiência no terreno. Podia interpretar-se como hombridade (que é positiva!) mas que não traduz o que desejava dizer.:))

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  3. Falam a verdade! E é bom saber onde vive a verdade para podermos falar dela :)
    Good job!

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  4. Francisco Búzio Reis6 de setembro de 2010 às 20:02

    Caro Antonio Rodrigues
    Impoe-me a consciencia que lhe dê os parabens pelo artigo. Despiu-se de preconceitos e valorizou a verdade.
    Se a politica fosse sempre verdade, haveriam seguramente menos politicós, mas um Povo mais feliz

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