De facto tudo tem um princípio… ou até vários!...
Eis aquele que a nós diz respeito:
D. Henrique é o pai da globalização da era moderna que, em minha opinião, se iniciou em 1415 quando os portugueses tomaram Ceuta, dando início a uma das mais fascinantes páginas da história mundial. A expansão marítima portuguesa, que consigo arrastou outras aventuras marítimas, nomeadamente as espanholas, inglesas e holandesas, entre outras, esteve na base não só dos novos mundos que foram descobertos, mas acima de tudo no novo conceito de mercado comercial que os marinheiros lusos fomentaram, muito em particular no Oriente.
É para todos evidente que, muito antes de nós, na baixa Idade Média, outro tipo de aventuras comerciais ocorreram um pouco por todo o lado, muito em particular na Europa, quer a norte, quer a sul, onde o Mediterrâneo foi palco especial. E deste também já com ligações ao Oriente. E ainda antes destes temos o Império Romano com toda a sua envolvência política, social e económica um pouco por toda a Europa…
Não faltam pois antecedentes para se perceber que, muitos dos factores que hoje determinam a existência de um mundo globalizado, já antes se poderia afirmar que o mundo tinha, à escala de então, a sua própria globalização.
A expansão marítima europeia onde os portugueses foram pioneiros é, sem dúvida, o primeiro grande marco da revolução, não só do comércio e da economia da era moderna como também o primeiro factor de verdadeiras migrações intercontinentais…
Com a expansão marítima portuguesa passaram a ser comercializados produtos até então desconhecidos, operando-se verdadeiras revoluções nos mercados internacionais, em particular nos europeus.
As grandes cidades do mediterrâneo, com ênfase para Veneza, veriam cair a sua importância estratégica e económica e quase faliram. Não foram só as especiarias do Oriente que revolucionaram, mas também os produtos agrícolas, as novas plantas, as novas pescarias, tudo isto foi uma autêntica globalização económica a que os portugueses ficarão para sempre ligados, para já não falar no fenómeno da miscigenação cultural e racial que a passagem dos portugueses pelo mundo veio a provocar. Em consequência de toda esta dinâmica transnacional, vulgarizou-se o uso do crédito, o recurso à letra de câmbio, a criação de novos sistemas de escrituração, como ainda foram criadas as primeiras grandes redes de correio europeias. Foram ainda desenvolvidas as actividades bolsistas, bancárias e de seguros.
Naqueles tempos não havia aviões, computadores nem televisões, mas houve a coragem de um povo que acabou por ser pequeno para o mundo, que com as naus e determinação, criou o primeiro grande processo de globalização do planeta.
Pena é que hoje pareça que se tem vergonha de ensinar tudo isto aos mais novos…
Não faz história o político que ignora ou tem vergonha da sua própria História.
António Rodrigues
Na minha opinião nem é a vergonha de ensinar o maior problema, mas sim a falta de formas cativantes de expor a história. Hoje em dia é complicado prender a atenção das crianças e dos jovens quando estes encontram assuntos muito menos entediantes. Esse seria talvez o primeiro passo, mostrar que não é entediante... Mudar a mentalidade pouco cultural e pouco "gosto do que é nosso" muitas vezes enraizada não só nas crianças mas nas suas famílias.
ResponderEliminarQuanto à imagem, penso que é um monumento relacionado com a morte de D. Henrique na Guiné Bissau.
Monumento, da época colonial, ao 5º centenário da morte do Infante D. Henrique.
ResponderEliminarDepois comento o texto.
Reconhecendo a acção altamente positiva enquanto autarca da minha terra natal e do coração, penso que merece também destaque o trabalho que tem vindo a desenvolver em prol do "Quinto Império". E o seu apego à História justifica que lhe lance mais um desafio em favor de Torres Novas:
ResponderEliminar- Que tal "desenterrar" a antiga estrada romana, cujas lajes pisei na minha infância,traçada por traz e ao alto da fonte do Bom Amor em direcção à Quinta do Marquês e à travessia da Serra d'Aire? É parte do património mais antigo e parece ter-se "apagado"...
Concordo plenamente:Dificilmente tem futuro quem não respeita o passado.
D.Henrique, entre mais, grão-mestre da Ordem de Cristo e como tal muito ligado a Tomar, e indispensáveis, o homem, a organização e a cidade, para o que foi a epopeia dos descobrimentos.
ResponderEliminarQuanto ao monumento julgo que seja em Timor.
até...
Seja-me permitido corrigir: "por detrás" e não "por traz".
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